Definição - Hospital Alemão Oswaldo Cruz

June 25, 2018 | Author: Anonymous | Category: home, kitchen & houseware accessories
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eu trato Parte 2

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GERIATRIA 6 Epidemiologia da Osteoporose no Brasil 18 Osteoporose 20 Uso de medicamento no idoso GINECOLOGIA 23 Leucorreias 27 Metrorragia HEMATOLOGIA 30 Anemia 33 Coagulação Intravascular Disseminada 35 Crise falciforme 38 Púrpura trombocitopênica imunológica 40 Reações transfusionais NEFROLOGIA 43 Calculose urinária: visão do nefrologista 49 Relato de caso da Clínica Médica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz 53 Distúrbios eletrolíticos: Cálcio, Fósforo e Magnésio 60 Distúrbios eletrolíticos: potássio 69 Distúrbios eletrolíticos: sódio 74 Doença renal crônica 79 Hipofostatemia acentuada de origem tumoral: é rara, mas o clínico precisa conhecer 81 Medicações que devem ser evitadas nos pacientes com insuficiência renal 84 Nefrite lúpica 87 Nefropatia dos contrastes iodados e paramagnéticos 89 Síndrome cardiorrenal 92 Síndrome nefrótica e Síndrome nefrítica NEUROLOGIA 93 Aneurisma cerebral: diagnóstico e tratamento 99 AVC isquêmico 102 Cefaleia 104 Crise epiléptica 109 Demência 112 Doença de Parkinson 115 Doenças neuromusculares 121 Epilepsia e gestação 125 Estado de mal epiléptico 131 Hérnia de disco lombar OFTALMOLOGIA 133 Blefarite 135 Conjuntivite aguda 137 Glaucoma ONCOLOGIA 139 Amiloidose 141 Câncer do canal anal 143 Câncer de cólon – Tratamento Adjuvante 146 Câncer de esôfago 148 Câncer de estômago 150 Câncer de mama 153 Câncer de pâncreas exócrino 155 Câncer de pulmão não de pequenas células 157 Carcinoma do reto 159 Conduta no nódulo de mama

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168 Leucemias agudas 170 Leucemia mieloide crônica 175 Linfoma de Hodgkin 178 Mieloma múltiplo 180 O câncer de mama como questão de saúde para todas as especialidades médicas 201 Tratamento oncológico local nas neoplasias superficiais de bexiga 211 Tumor Estromal Gastrointestinal - GIST ORTOPEDIA 214 Compressão do nervo mediano no punho (Síndrome do Túnel do Carpo) 218 Escoliose no adolescente 225 Estenose do canal medular 225 Fraturas maleolares do tornozelo 239 Hérnia de disco 242 Lesões do nervo fibular 246 Lombalgias crônicas 250 Lombalgias refratárias - o que fazer? 256 Mielopatia Espondilótica Cervical 264 O uso de Plasma Rico em Plaquetas (PRP) em Ortopedia 266 Princípios do tratamento da neuroartropatia de charcot no pé e no tornozelo 272 Tratamento do pé torto congênito pelo Método Ponseti OTORRINOLARINGOLOGIA 280 Apneia do sono 283 Deglutição e Disfagia 293 Laringite aguda 295 Medicamentos e zumbidos 297 Otite média aguda 300 Rinite alérgica 305 Rinossinusites agudas 308 Tonsilites agudas 311 Vertigem e tonturas PNEUMOLOGIA 315 Abordagem do nódulo pulmonar solitário 319 Asma brônquica 322 Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) 326 Drogas e procedimentos mais comuns que devem ser evitados de em doenças pulmonares obstrutivas 330 Embolia pulmonar 335 Pneumonia 337 Pneumotórax espontâneo 344 Reabilitação pulmonar: para quem e quando? 347 Tabagismo 351 Tromboembolismo pulmonar PSIQUIATRIA 355 Agitação psicomotora 359 Anorexia na adolescência 363 Ansiedade 366 Depressão: alta prevalência e elevado risco 369 Esquizofrenia residual 373 Intoxicação exógena 376 Psicopatia: transtorno antissocial da personalidade 378 Surto psicótico 382 Tentativa de suicídio 386 Transtorno afetivo bipolar

REUMATOLOGIA 389 Atualização sobre gota 392 Artrite reumatoide 395 Artrites 400 Deficiência de frações do complemento e Lúpus 403 Gota: algumas peculiaridades 407 Lúpus Eritematoso Sistêmico TRANSPLANTES 410 Transplante de rim e pâncreas e transplante de pâncreas isolado 414 Transplante renal - Dados gerais 417 Transplante renal - Imunossupressão 422 Transplante renal - Diagnóstico e tratamento das rejeições 426 Transplante de fígado UROLOGIA 440 Ablação prostática com laser verde 442 Avaliação, diagnóstico e conduta do paciente com HPB 445 Cólica renal 446 Incontinência urinária de esforço 448 Infecção urinária 449 Litíase urinária - metabolismo e tratamento: visão do urologista 451 Litotripsia externa por ondas de choque 454 Medicamentos e procedimentos que requerem atenção especial em pacientes com prostatismo 456 Prostatectomia radical robótica 458 Uretrites inespecíficas UTI 459 Assistência Circulatória Mecãnica 461 Choque TEMAS JURÍDICOS 464 A dicotomia obrigação de meios e de resultado e a cirurgia estética 467 Aspectos atuais da responsabilização médica na esfera cível 471 Infecção hospitalar: aspectos jurídicos 474 Morte encefálica em não doadores 478 O médico e o paciente terminal 484 O médico e o sigilo profissional: limites, consequências e a obrigação de depor 493 Responsabilidade civil do anestesista 495 Responsabilidade civil do dentista 497 Responsabilidade do hospital por atos do médico 499 Transfusão de sangue em Testemunhas de Jeová TERMOS DE CONSENTIMENTO 501 Consentimento informado 506 Termo de consentimento esclarecido para anestesia ou sedação 507 Termo de consentimento informado e orientações pré e pós-exame - Endoscopia digestiva alta (Endoscopia) 509 Termo de consentimento informado e orientações pré e pós-exame - Endoscopia digestiva baixa (Colonoscopia) 511 Termo de consentimento informado e orientações pré e pós-exame - Endoscopia respiratória (Broncoscopia) 513 Termo de esclarecimento, ciência e consentimento para Plasmaférese terapêutica (Hemoterapia) 514 Termo de esclarecimento, ciência e consentimento para procedimentos de Radioterapia 515 Termo de esclarecimento, ciência e consentimento para procedimento e cirurgias 516 Termo de esclarecimento, ciência e consentimento para sangria terapêutica (Hemoterapia) 517 Termo de esclarecimento, ciência e consentimento para Terapia Antineoplásica Sistêmica (Quimioterapia) 518 Termo de esclarecimento, ciência e consentimento para transfusão de hemocomponentes (Hemoterapia)

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Dr. Marcelo de Medeiros Pinheiro (CRM 77428)

Epidemiologia da Osteoporose no Brasil Introdução GERIATRIA | Como eu trato

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A osteoporose, como doença sistêmica, é caracterizada pela diminuição da massa óssea e deterioração da microarquitetura do tecido ósseo, com consequente aumento da fragilidade do esqueleto e maior susceptibilidade à fratura por pequenos traumas (1). Mais recentemente, recomenda-se a inclusão de outros determinantes esqueléticos para o maior risco de fratura, como aspectos qualitativos (geometria, resistência, remodelação, acúmulo de microdanos, mineralização), enfatizando, assim, o conceito de força óssea na definição da doença. É importante ressaltar que fatores extra-esqueléticos, como as quedas (energia do impacto, tipo de trauma, entre outros), também devem ser considerados na avaliação da população de risco. Tradicionalmente, é reconhecida como doença multifatorial, na qual aproximadamente 70% dependem de fatores genéticos e 30%, de fatores ambientais. Portanto, um único fator de risco não é capaz de identificar indivíduos com ou sem fratura. Diferenças genéticas, raciais e antropométricas, bem como da composição corporal, densidade óssea, dieta, atividade física e outros hábitos de vida, contribuem para explicar as divergências na prevalência de baixa densidade óssea e fratura em diversos países do mundo. De 1994 a março de 2011, mais de 240 estudos nacionais sobre osteoporose foram desenvolvidos e publicados em revistas científicas referenciadas pelo banco de dados do PubMed, Medline, Scielo e Lilacs, dos quais cerca de 70 deles descreveram especificamente a situação epidemiológica no Brasil.

Incidência e Prevalência de Fraturas A incidência e prevalência da osteoporose e das fraturas por fragilidade óssea aumentam com a idade e desempenham importante impacto sobre a maior taxa de morbidade e mortalidade, especialmente em idosos. A osteoporose é tão prevalente quanto hipertensão arterial, diabete melito e dislipidemia. Cerca de 40% das mulheres e 25% dos homens que estiverem vivos até os 80 anos de idade terão fratura de fêmur. De modo geral, acomete aproximadamente 30% das mulheres brancas e mais de 70% dos idosos. A incidência de fraturas por fragilidade óssea varia bastante entre os países e está relacionada, principalmente, com as diferenças populacionais e a utilização de recursos públicos de saúde (Tabela 1). Na América Latina, os estudos mostram prevalência de fratura de quadril de 4 a 36,2 por 10 mil pessoas (1). No entanto, até

recentemente, pouco era conhecido sobre a epidemiologia da osteoporose e das fraturas por fragilidade óssea em amostragem representativa da população brasileira. Tabela 1. Incidência anual de fratura de quadril por 10 mil habitantes, em indivíduos acima de 50 anos, no cenário internacional Ano

Mulheres

Homens

Oslo, Noruega

1996-1997

118

44

Rochester, Estados Unidos

1988-1989

114

41

Fune, Dinamarca

1973-1975

90

30

Wessex, Inglaterra

1993-1995

82

30

Reikjavik, Islândia

1990-1992

69,7

35

Genebra, Suíça

1991

65

16

Picardy, França

1987

44

18

Hong Kong, China

1991

42,8

27

La Plata, Argentina

1988-1989

33

26

Budapeste, Hungria

1992

31,6

25

Pequim, China

1988-1992

9,6

10,7

Siena, Itália

1975-1985

3

0,7

Alguns estudos regionais apontam para uma baixa a moderada incidência em indivíduos acima de 50 anos (Tabela 2). A taxa de incidência anual de fratura de quadril na cidade de Porto Alegre-RS (3), Sobral-CE (4), Fortaleza-CE (5), ajustada para a idade, foi cerca de quatro vezes abaixo da relatada em populações caucasianas. No entanto, em Marília (SP), a taxa de incidência anual foi mais elevada, especialmente entre as mulheres e naqueles com mais de 70 anos (6). Tabela 2. Incidência anual de fratura de quadril por 10 mil habitantes, acima de 50 anos de idade, no Brasil Autor/ Ano

Região

Mulheres

Homens

Sisson de Castro JA, 1990-1992 3

Porto Alegre – RS

20,2

10,5

Castro da Rocha FA, 1996-2000 4

Sobral – CE

20,7

8,9

Silveira VAL, 2001-2002

Fortaleza – CE

27,5

13

Marília – SP

50

18,7

5

Komatsu R, 1994-1995 6

O BRAZOS (The Brazilian Osteoporosis Study) foi o primeiro estudo epidemiológico realizado em amostra representativa de mulheres e homens brasileiros, com mais de 40 anos de idade, com o objetivo de estimar a prevalência e identificar os principais fatores clínicos de risco associados com fratura por baixo impacto e quedas recorrentes. Mais de 2.400 indivíduos (70% de mulheres), provenientes de todas as regiões do Brasil, incluindo população urbana e rural, e de todas as classes sócio econômicas foram avaliados por meio de entrevistas quantitativas, pessoais e domiciliares, de forma aleatória (7). Os principais resultados desse estudo populacional serão apresentados ao longo desse capítulo. De acordo com os dados desse estudo, Pinheiro et al. demonstraram que a prevalência de fraturas por baixo impacto (úmero, fêmur, vértebra, antebraço e costelas) foi de 12,8% nos homens e de 15,1% nas mulheres (7). Um estudo realizado na população geral do Rio Grande do Sul encontrou prevalência de fratura de 28,3%, com predomínio nos membros superiores e pés. A prevalência de fraturas, durante toda a vida, foi de 37,5% nos homens, principalmente decorrente da prática de esportes e em atividades de lazer e de 21,3% nas mulheres, particularmente relacionada com quedas dentro de casa. É importante ressaltar que todas as fraturas foram incluídas no trabalho e não somente as de baixo impacto (8).

7 GERIATRIA | Como eu trato

Cidade, País

O LAVOS (Latin American Vertebral Osteoporosis Study) foi o primeiro estudo epidemiológico realizado na América Latina para avaliação de fraturas vertebrais morfométricas e os principais fatores de risco associados. Clark et al., ao avaliarem randomicamente 1.922 mulheres, acima de 50 anos de idade, provenientes de cinco países da América Latina (Argentina, Brasil, Colômbia, México e Porto Rico), encontraram prevalência de fraturas vertebrais morfométricas (11,18; 95% CI 9,23–13,4), semelhante aos dados de Pequim, na China, e algumas regiões da Europa. Além disso, não houve diferença significativa entre os países, mas as deformidades vertebrais aumentaram com a idade (de 6,9% aos 50-59 anos para 27,8% naquelas com mais de 80 anos, p
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